Após ficar dias isolada em hotel, Kedma só conseguiu deixar a cidade de Kryvyi Rih na sexta-feira, enfrentado mais de 20 horas em uma viagem de trem, até a cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia. Durante o trajeto, ela conta que chegou a se emocionar com a realidade encontrada.
“No dia que a gente pegou o trem, era muita gente tentando embarcar. Mães entrando com os filhos. Homens não podiam deixar o país. Então ver os filhos se despedindo dos pais, as mulheres se despedindo deles, eu comecei a chorar com a situação, porque é muito triste você deixar tudo para trás”, lembrou Kedma.
A piauiense conta que durante a trajetória para fugir da zona de conflito teve que deixar a maior parte dos seus pertences para trás, inclusive o material que utiliza para entrar em campo. “Se um time me chamar amanhã, eu não tenho como ir porque não tenho uma chuteira para jogar, uma caneleira. Ficou tudo lá”, contou.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Primeira noite em casa
Em entrevista ao Notícia da Manhã, Kedma também deu detalhes sobre a sua primeira noite após o retorno a Teresina. A atleta conta que chegou a se assustar no meio da noite com os trovões durante a chuva.
“Deu um relâmpago muito forte. Na minha cabeça, eu ainda estava na Ucrânia. Para mim, o barulho saiu como se fosse uma bomba. Então, acordei muito assustada e levantei para correr e vi que estava em casa. Demorei um pouco voltar para voltar a dormir, porque fiquei ainda assustada”, disse.
De volta à sua terra Natal, Kedma também afirmou que uma das lições que marcaram a experiência vivenciada por ela nos últimos dias foi aprender a valorizar ainda mais os momentos com os familiares.
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