Empresários e trabalhadores de bares e restaurantes de Teresina participam de uma manifestação na manhã desta quarta-feira(03) contra as medidas de restrições impostas pelo governo do Estado, devido a pandemia do novo coronavírus. Eles pedem a estruturação da saúde, com mais leitos de internação e profissionais “bem remunerados”, para que não haja necessidade do fechamento das atividades econômicas novamente.
De acordo com representantes do setor, mais de três mil trabalhadores já foram demitidos por causa do fechamento no primeiro pico da doença no ano passado. Agora, o Brasil enfrenta a segunda onda da Covid-19, ontem bateu o recorde de mortes – 1.726 em um dia. No Piauí, o estado bateu recorde de pessoas positivadas sendo 1.004 novos casos em um dia.
Eles alegam que o poder público já sabia que a segunda onda chegaria, mas não estruturou a saúde para enfrentá-la.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Piauí, Eduardo Rufino, aponta essa estruturação como uma saída para que não seja necessário o fechamento das atividades e ressalta que é importante também a fiscalização dos clandestinos.
“Mais leitos clínicos, mais UTIs, mais profissionais bem remunerados para aguentar essa trincheira de guerra. Precisamos que eles não nos aterrorizem com esse fecha, abre, fecha, abre, que nós temos provas que isso não funciona, tem um ano fazendo a mesma coisa e não funciona. Que equipem a saúde como um todo, para nós termos condições de trabalhar. E principalmente fiscalizar os clandestinos que são os grandes aglomeradores, eles têm que ser punidos. A grande maioria dos bares, restaurantes e casas de festas estão cumprindo os protocolos, inclusive criamos protocolos antes do poder público. Somos responsáveis. Tem que ser punido quem não está cumprindo, com cadeia, com o que seja, mas tem que ser punido e não fazer da maneira fácil, que todos os governadores estão fazendo: vamos fechar tudo e ficar em casa, maneira muito fácil. Bora trabalhar governador!”, afirma Eduardo Rufino.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria e Gastronomia, Franklin Batista, reafirma as palavras do representante dos empresários e diz que todos sabiam que a segunda onda viria, mas não se prepararam.
“A gente está vendo a segunda onda e a gente sabia que ela chegaria aqui. Creio eu que os representantes do nosso estado também sabiam disso. E a gente está aqui para cobrar a reabertura dos hospitais de campanha, que reinstale os 169 leitos de UTIs Covid. A saída não é fechar os estabelecimentos hoje, o problema não está só na contaminação e sim na falta dos leitos de UTI. Não podemos pagar essa conta mais uma vez, são mais de 3 mil pais e mães de família que estão desempregados e essa conta pode aumentar. Entao o governo tem que tratar com mais responsabilidade e colocar de volta os hospitais de campanha e os leitos de uti”, ressalta Batista.
Os manifestantes se concentraram na frente da Assembleia Legislativa e seguiram pela avenida Frei Serafim em direção ao Palácio de Karnak.
“Queremos conversar com o governo do Estado, porque já nos chamaram para participar de reuniões com o COE e sempre é cancelada e dizem que vã marcar uma nova data e quando vem é um novo decreto fechando os estabelecimentos e nossas vagas de emprego, sem diálogo nenhum, nem com a classe patronal e nem com os trabalhadores”, ressalta Franklin Batista.
CidadeVerde
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