Polícia

PF investiga 10 pessoas por fraude em contratos da Secretaria de Estado da Saúde

­

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (12) 18 mandados de busca e apreensão em Teresina e quatro cidades do Piauí, São Paulo e Rio Grande do Sul em operação que investiga desvio de recursos que seriam destinados ao combate ao novo coronavírus.

Viaturas da CGU e da Polícia Federal na Sesapi – Foto GP1

Ao todo, dez pessoas são investigadas, sendo seis servidores públicos, três empresários e um advogado nessa fase ostensiva.  Em entrevista coletiva, a Polícia Federal informou que há investigado com foro privilegiado no alvo da operação Campanile que apura supostas fraude nos contratos da Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI), no combate à covid-19 no Piauí.

A delegada Milena Soares Caland, responsável pela investigação, informou que a Sesapi pagou cerca de R$ 33 milhões a três empresas com sedes em Teresina, São Paulo e Rio Grande do Sul. Parte do pagamento teria sido efetuado antes da assinatura dos contratos.

Delegada Milena Soares -Foto GP1

“Os servidores públicos atuavam em diretorias de comissão de licitação, diretoria de gestão, diretoria que fazia a destinação de equipamentos a hospitais, diretorias que geriam o fundo estadual de saúde, setores da Sesapi que manipulavam valores consistentes”, explica a delegada.

A suposta fraude pode ser ainda maior, uma vez que os recursos do Ministério da Saúde para o enfrentamento da pandemia no Piauí somam mais de R$ 500 milhões.

A operação deflagrada nesta terça-feira (12)  investiga irregularidades relacionadas à publicidade dos contratos, capacidade técnica no fornecimento de produtos e serviços, além de preços supostamente superfaturados.  A delegada acrescenta que foi constatado majoração de preços de até 192% para a compra de biombos.

Funcionários da Sesapi foram impedidos de entrar no prédio para o cumprimento de mandados — Foto: Hélder Vilela /TV Clube

Exemplos de indícios de superfaturamento

Cama Fawler com nota fiscal de aproximadamente R$ 1.123 foi comprada pela Sesapi por cerca de  R$ 2.700
Maca com nota fiscal de aproximadamente R$ 638 foi comprada pela Sesapi por cerca de R$ 1.474

“É um assunto que causa profundo descontentamento, mas faz parte da nossa realidade. O intuito da operação não se limitou aos valores significativos, aos contratos, mas sobretudo as vidas perdidas, as famílias enlutadas e parentes e vitimas da Covid”, pontuou Caland.

O superintendente da Controladoria Geral da União (CGU-PI), Glauco Soares Ferreira, acrescenta que toda a documentação apreendida será analisada para a verificar se há outras irregularidades.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) divulgou nota informando que colabora com investigação da PF e garantiu que “todos os procedimentos contratuais e licitatórios obedecem, rigorosamente, o que prevê a lei” e atua com transparência.

 

Informações CidadeVerde

BANNER MATÉRIA FINAL

Deixe um comentário